quarta-feira, 18 de maio de 2011

III FICHAMENTO:GINCANA DE GENÉTICA

A abordagem microgenética na matriz histórico-cultural: Uma perspectiva para o estudo da constituição da subjetividade

Ficha de Resumo
Artigo Gincana 3
Goés ,R,C,Maria. Cadernos Cedes, ano XX, nº 50, Abril/00

         O seguinte artigo fala que nos contextos educativos, os campos da educação e da psicologia vêm recorrendo a uma abordagem metodológica referida como “análise microgenética. A análise microgenética pode ser o caminho exclusivo de uma investigação ou articular-se a outros procedimentos, para compor um estudo de caso ou uma pesquisa participante.
         Segundo o artigo para Vvgotsky (1984), “o método é, ao mesmo tempo, pré-requisito e produto, o instrumento e o resultado do estudo”.
         A gênese das funções psicológicas está nas relações sociais  de que a constituição do funcionamento humano é socialmente mediada, num curso de desenvolvimento que abrange evoluções e,sobretudo, revoluções. De um lado, o “genético” é fragilmente relacionado ao meio social e, de outro, o desenvolvimento é concebido como um curso de etapas progressivas.
         Segundo Wertsch (1985), a tese da constituição cultural dos processos humanos, a visão de desenvolvimento humano e a preocupação com a dimensão histórica levaram Vygotsky a abordar vários domínios genéticos: a filogênese, a história sociocultural, a ontogênese e a microgênese.
         O artigo aponta discussões sobre a evolução da espécie, a emergência do especificamente humano e as características das sociedades “primitivas” (Vygotsky e Luria 1996), tendo colaborado em estudos sobre comunidades em transformação. Focalizou especialmente o domínio ontogenético,mas efetuava um entrecruzamento dos estudos da ontogênese e da microgênese, sempre relacionando os dois níveis de análise.
         O nível microanalítico, de base histórico-cultural, afasta-se totalmente do estudo de elementos e leis de associação.
         Wertsch (1985), com base nas proposições e pesquisas de Vygotsky,define a análise microgenética como aquela que envolve o acompanhamento minucioso da formação de um processo, detalhando as ações dos sujeitos e as relações interpessoais, dentro de um curto espaço de tempo. É uma espécie de “estudo longitudinal de curto prazo” e uma forma de identificar transições genéticas, ou seja, a transformação nas ações dos sujeitos e a passagem do funcionamento intersubjetivo para o intra-subjetivo.
          Meira (1997) aponta contribuições da análise microgenética para a psicologia cognitiva e, recorrendo a Wertsch (1985) e outros pesquisadores, propõe-se a entendê-la como uma microanálise interpretativa para fins de estudos cognitivo-interacionais.
          As proposições de Ginzburg, nota-se que algumas delas encontram ilustração justamente na análise microgenética – a atenção a minúcias indiciais, a valorização do estudo de situações singulares e a busca de inter-relação da interpretação indiciária com condições macrossociais.
          É possível sugerir que a caracterização mais interessante da análise microgenética está numa forma de conhecer que é orientada para minúcias, detalhes e ocorrências residuais, como indícios, pistas, signos de aspectos relevantes de um processo em curso; que elege episódios típicos ou atípicos (não apenas situações prototípicas) que permitem interpretar o fenômeno de interesse; que é centrada na intersubjetividade e no funcionamento enunciativo-discursivo dos sujeitos.



Fonte:Scielo
Cristiane Sampaio

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